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sábado, 12 de março de 2011

Ligúria e os encantos das Cinco Terras

Em 2009, em Florença, escutamos uma senhora falar de Cinque Terre.

O local onde estávamos merecia, por si só, uma atenção especial: estávamos sobre a Ponte Vecchio curtindo os festejos do dia de San Giovanni. Fato é que, ao terminarmos a travessia da ponte, já tínhamos um destino para o ano seguinte… e lá fomos nós!

O Parque Nacional de Cinque Terre:Monterosso al Mare
Vernazza, com o distrito de Corniglia
Riomaggiore, com o distrito de Manarola











Para chegar a Cinque Terre, na Riviera da Ligúria, Parque Nacional de Preservação (1999) e Patrimônio Mundial da UNESCO (1997), recomendamos os trens regionais. Partimos de Gênova, terra de navegantes desbravadores, como Colombo. Pouco tempo depois, após passarmos por extensos túneis, desembarcávamos em Monterosso al Mare. Mais alguns passos, saindo da pequena estação, já estávamos numa das principais vias do piccolo e bello paese. Olhamos para um lado, para o outro e o nosso silêncio já significava um grande comentário. Estávamos encantados com as primeiras impressões de Monterrosso. Pacata, delicada e com um jeitinho todo especial de vida simples e bem-viver.


Fomos em busca do nosso hotel, ao contrario do que pensávamos, estava perto - longe. Eram apenas uns 600 metros, porém estava no topo de um penhasco do lugarejo. Chegar lá, com malas seria um grande desafio. Foi então que encontramos o motorista do hotel que nos levaria até lá. Ufa!  Hotel Suisse Bellevue  oferece aos hóspedes esse serviço de levar/buscar a cada hora, já que a escalada é bem pesada.


Vista do nosso hotel, magnífica.


A noite passou e o dia amanheceu prometendo. Do alto do morro (e era muito alto) o vento batia forte e era possível curtir a natureza e o azul turquesa que gritava do Mediterrâneo: “venham, venham!”. E lá fomos nós.



Bater pernas por Monterosso, sentir a vida cotidiana, registrar alguns locais para voltarmos mais tarde e seguir (a pé, por uma trilha incrível e desafiadora) para as outras quatro terras: Vernazza, tida como a maior vila embora pareça ser a menor (linda, linda!); Corniglia, no alto de uma formação rochosa parece ser um ponto de observação; Manarola com sua igreja de San Lorenzo datada de 1338, faz conexão com Riomaggiore pela Via dell’Amore. Micro balneários, com construções coloridas e suas enormes delicadezas cercadas por uma natureza exuberante nos encantou.



Se bater perna faz parte dos nossos roteiros, então preciso falar um pouco dessa trilha que liga Monterrosso a Vernazza. Passando pela mata, beirando precipícios com vinhedos e oliveiras e, apesar de toda paisagem, desafia nosso preparo físico o tempo todo.  Levamos cerca de 2 horas nesse percurso. Como prova da organização e da seriedade para preservar a trilha, fomos surpreendidos por uma tenda que nos “vendia” um permesso para passar por ali. O dinheiro arrecadado com essa venda é utilizado pelo Parque Cinque Terre em ações de preservação da localidade (que aos nossos olhos pareceu ser eficaz).




Vista do alto do penhasco, a charmosa Vernazza

Pequeno pedaço de praia de Vernazza
Para chegar a Corniglia é preciso ter folêgo, são 382 degraus

Riomaggiore





Vernazza, Corniglia e Manarola foram surgindo aos nossos olhos e serviam também para recarregar as baterias. De tão pequenas parecia que estávamos em áreas restritas. Essas sensações que são sempre gostosas nos convidava a desfrutar dos carboidratos locais (dá-lhe pasta ao famoso pesto genovês, frutos do mar, vinho local – os brancos são muito aromáticos e harmonizam muito bem com as opções dos menus e com o calor).


















Ao final do dia, com as canelas doces de tanto subir e descer, restava ainda um trecho de caminhada: a Via dell’Amore. Um passeio legal, recomendado aos apaixonados. A tradição manda deixar um cadeado trancado em algum trecho desse caminho, como prova de amor eterno. Encontramos milhares de cadeados, dos mais diferentes tipos e com mensagens prá lá de originais e até emocionantes. Seguindo a tradição, tínhamos que deixar o nosso, claro. E assim fizemos, mas com uma boa dose de originalidade. Deixamos um lacre!





















Na medida em que íamos voltando, repassando pelas cidadezinhas, deixamos uma outra promessa: voltar e permanecer mais tempo naquela interessantíssima região. Sentir mais da sua gente, dos seus temperos e dos vinhos locais, da sua brisa, das praias, mergulhos e muito mais.
Cinque Terre, nos aguarde!


http://www.cinqueterre.it/uploaded_binary/sentieri.jpg


Dicas e informações

Existem trilhas ligando os vilarejos, mas se o tempo estiver ruim, elas são fechadas. Outras opções de transporte são o trem e os barcos. No mapa e nos links abaixo você encontra a distância entre os vilarejos e tempo que se gasta para percorrer a pé cada trilha. Algumas caminhadas são “puxadas” e requer um fôlego extra.


O Caminho do Amor
Nenhuma dificuldade
1 km - Duração 20 '

Dificuldade: baixa
2 milhas - uma hora

Dificuldade: baixa
4 km - 1h 30 '

Moderada
3 km - 2 horas de duração


Pra quem quer se aventurar por toda região, vale a pena adquirir o Cinque Terre Card. Existem 03 tipos: Cinque Terre Card / Cinque Terre Card Treno (comboio) / Cinque Terre Card Battello (Ferry). Um cartão turístico que é vendido para 1,2,3 ou 7 dias e inclui vários serviços na região


Não deixe de visitar La Spezia, Portovenere e Portofino.


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