Talvez tenha sido o azul do mar, ou quem sabe o brilho do sol. Os motivos podem variar, mas o fato é que Côte d’Azur ou Riviera Francesa é um lugar apaixonante que serviu de inspiração para a arte de grandes nomes da pintura internacional.
Já passamos 03 verões inesquecíveis lá (2008, 2009, 2010) e toda vez que partimos o coração fica apertado.
Reconhece-se o lugar pelo aroma. Absolutamente inconfundível. O visitante é guiado pelos perfumes de coentro, manjericão e alecrim. Assim é Nice, olfativa e temperada.
Os sabores e aromas da Provence
A quinta maior cidade da França é o centro da Côte d’Azur e tem um encanto muito especial. Ainda com as suas praias banhadas por um mar turquesa, repleta de palacetes da Belle Époque. Ainda com a sua luz branca, encantadora. Mas muito mais cosmopolita.
O mediterrâneo está ali. A poucos passos, como se existisse uma linha tênue delimitando as cores e os aromas do bairro antigo e as águas espumantes do oceano.
Ao entrar na avenida principal da cidade, Promenade des Anglais, tivemos a certeza que a viagem havia começado bem. O azul do mar e o sol forte do verão convidavam para um passeio ao longo de sua orla (7 km), cercada pelo Mar Mediterrâneo e decorada com palmeiras
Se a sua intenção é entrar na água, prepare-se, a praia não é feita de areia, mas pedras arredondadas de cristais de rochas, o que é bem desagradável para os pés. No verão as estruturas montadas nas praias oferecem um conforto extra aos visitantes, com tapetes e até lounges a beira praia.
Bacana é ver os franceses em sua hora sagrada de almoço (no verão é geralmente de às 16h), aproveitando o sol, e despindo-se de ternos, roupas, o que estão vestindoe deliciando no mar, as vezes em trajes íntimos ou até mais ousados.
Vale tudo para aproveitar o sol do verão, depois de meses sem o calor e sem aquela luminosidade que tanto dispertou artistas de várias épocas.
Saindo da praia e atravessando essa avenida, o destaque são as imponentes construções do estilo “Belle Époque”. O hotel Negresco é seu maior representante. Erguido em 1911, ele é considerado um dos dez hotéis mais luxuosos do mundo.
Paralela a Promenade des Anglais fica a parte mais autentica de Nice.
A Vieux Nice (vila antiga) começa aos pés da Colline du Château (colina separa a cidade velha do porto) e se estende até a Place Masséna.
Queda d'água na Colline du Château
No topo da colina pode-se ver toda Nice de vários ângulos.
Porto de Nice
A região de Vieux Niceé nossa paixão, onde nos perdemos por um labirinto de ruelas estreitas, com construções históricas, de influência italiana, pintadas em cores vibrantes, cheia de vida local e forrada com os mais interessantes restaurantes, bistrôs, galerias, clubes noturnos e lojinhas.
Não deixem de visitar na Vieux Nice a Boutique Alziari, uma perdição.
Bem no coração da área antiga fica a Cours Saleya, uma via somente para pedestre e famosa pelo Marché aux Fleurs (Mercado de Flores). Todas as manhãs (exceto às segundas-feiras) o calçadão fica lotado de quiosques das mais diferentes espécies de flores, frutas e verduras. Uma verdadeira profusão de aromas.
As segundas, todas as noites dos meses de junho a setembro, a Cours Saleya dá lugar para uma feira de arte e antiguidades
É sempre uma delícia observar
os charmosos franceses.
Ao lado da Place Garibaldi, chega-se a Place Masséna, o centro comercial de Nice. Com edifícios com entradas em arcos e de cor-de-rosa. Lá passa a linha de metrô de Nice. Grandes lojas de departamento como a Galeria Lafayette e grifes internacionais concentram-se nessa área.
Place Masséna
Galeria Lafayette
Sinônimo de cultura, Nice oferece aos visitantes 19 museus e galerias. A maioria deles fica no alto da colina do Le Château, local onde a cidade teve origem. O balneário conta ainda com muitos monumentos (mais de 30) espalhados por todos os cantos, além de uma valiosa arquitetura que mescla ruínas antigas com prédios art nouveau.
Para ver uma boa exposição, comece pelo museu de Arte Moderna e Contemporânea, com obras ícones da chamada pop-art. Depois, o Museu Matisse, no alto da colina Cimiez, reserva a coleção do famoso pintor local, Henri Matisse. Enquanto o Museu Beaux-Arts tem uma galeria dedicada ao período conhecido, na França, como Belle Époque.
Em Cours Saleyanão deixe de experimentar a “socca”, prato típicode Nice. Composto por um crepe de grão de bico recheado com azeite de oliva. Ele deve ser degustado bem quente e com bastante pimenta.
Os tomates (sem nenhuma acidez) cerejas e pêssegos dessa região são um espetáculo. No verão "se jogue" nos vinhos rosés.
Visite o Marche aux Fleurs, o mercado das flores, no caminho de Saleya. È montado de terça-feira a domingo, dasas no verão, e das as no inverno.
Não deixe de visitar Le Château (colina do Castelo), onde o duque de Sabóia construiu um castelo, que foi posto abaixo em1706. Acolina transformou-se em um jardim de pinheiros e flores exóticas. Pode subir andando ou de elevador. A vista da cidade e do mediterrâneo é espetacular. O parque funciona diariamente, a partir das
Depois de um vôo perfeito, com direito a um visual limpo da cordilheira dos Andes, chegamos ao Aeroporto Internacional Arturo Merino Benitez, na capital Santiago. A arquitetura e o clima já nos saudavam e anunciavam uma ótima estadia.
Dalí mesmo, sem perder tempo, tomamos um ônibus em direção a Valparaíso, a 118 km a noroeste de Santiago, no litoral.
O primeiro contato com o dinheiro nos fazia sentir muito ricos. Em Pesos, não existe nada que custe menos do que mil. Tudo sempre vem acompanhando de muitos zeros, relembrando os tempos não muito distantes da nossa inflação e das nossas trocas de moeda.
Pela estrada fomos percebendo as nuances, as formas do relevo a vegetação e uma série de detalhes que caracterizam um lugar. Valparaíso, de repente, chegou... e nos assustou. A rodoviária estava suja, empoeirada, repleta de mochileiros do tipo chinelos batidos, barba a fazer e aspecto sujo, gorro com as cores da Jamaica e camisa vermelha com a face do Che. Lugar feio, pouco ou nada inspirador. Essas eram as boas vindas a Valparaíso.
Grafismos colorindo e alegrando Valpo.
Tomamos um táxi, que era igualmente empoeirado e nada estimulante... mas tinha simpatia no semblante do motorista que casava com nossa vontade de curtir a cidade naquela tarde de domingo.
Chegamos ao Hotel, localizado em uma das colinas mais altas, e tivemos uma grata surpresa. Era lindo! Simpático, descolado, aconchegante e com um atendimento bem legal. Hotel Ultramar, uma antiga casa italiana construída em 1907, onde do adorável terraço pode-se ver a baía toda, a vista é espetacular. O Hotel tem uma decoração moderna e possui diferentes quartos (nossa diária, 88 dólares o casal). Ele fica em área residencial, na parte “nova” da cidade. A cerca de 12 a 15 minutos a pé chegávamos à parte antiga onde facilmente encontrávamos as casinhas coloridas revestidas com telhas onduladas e os muros repletos de grafismos dos mais diversos estilos (de magá aos desenhos tribais).
Valparaíso reserva surpresas delicadas ao turista mais atencioso. Nada de baladas ou agitos (pelo menos que tenhamos presenciado). A cidade oferece restaurantes típicos com excelentes serviços, bons preços e, claro, boas cartas de vinhos (visitamos e amamos: Oda Pacífico, Café Turri, Allegretto). Existem ainda cafés e museus.
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No sobe e desce dos seus 45 cerros (morros), essa pequena cidade nos conquistou a cada ruela estreita com belas descobertas. Suas construções antigas e o espírito alegre e boêmio de seu povo encantam qualquer turista. Valparaiso é uma cidade portuária, Patrimônio Cultural da Humanidade (UNESCO)
Para completar as delicadezas de Valpo, a casa de Neruda, La Sebastiana (http://www.fundacionneruda.org/en/la-sebastiana/address.html) é uma passeio imperdível. Lá é possível sentir a vibração de sua obra e um pouquinho da alegria inspiradora que tinha do alto da sua varanda ao contemplar toda aquela paisagem.
A cidade das casinhas coloridas de telhas onduladas, do Funicular, dos gatos, dos muros coloridos com seus grafismos e das poesias de Neruda foi nossa escolhida, se comparada com a vizinha Viña del Mar. Badalada, movimenta, litoral repleto de jovens, famílias e turistas curtindo sol, pisco sour, um drinque preparado à base de pisco (aguardente peruana feita de uva) e suco de limão, petiscos e compras... muitas compras (Viña conta com uma área comercial fortíssima). Sua principal praia se chama Reñaca, onde seus edifícios em forma de degrau dão um charme exclusivo à sua orla.
Mas se nosso propósito era conhecer, estávamos felizes por perceber essas diferenças entre elas e, mais ainda por ter feito nossa opção, assim como Neruda.
Aguas geladas do Pacífico na praia de Reñaca, em Viña del Mar
O clima lá é mediterrânico: a oscilação de temperatura na cidade durante o ano é alta. No verão, oscila entre 30°C e 12°C; no inverno, de 15°C a 5°C. Os ventos em Valparaíso são fortes e frios. Leve agasalho em qualquer parte do ano
Tênis sempre, para caminhar bastante sobre os cerros.
A pouco menos de 100 km de Valparaíso, há ainda a praia de Isla Negra, onde fica uma das famosas casas do poeta chileno Pablo Neruda (1904-1973). Além de estar fora da cidade, a casa talvez seja a que mais simboliza o imaginário do escritor por conta da quantidade de objetos dele depositados ali. Se você tiver tempo e for verão, vá à praia em frente à casa após a visita. Sinta um pouco da água gelada do pacífico e o barulho das ondas do mar soar nas rochas negras que ficam na beira.
O Chile possui várias casas de câmbio. Uma das mais conhecidas e que nos transmitiu mais segurança se chama Afex (http://www.afex.cl/), e sempre se encontra uma no caminho.
Adoraríamos ser chamados de “descobridores dos sete mares”, relembrando Lulu Santos. Mas ainda é cedo, falta muito a descobrir, a desfrutar, a compartilhar. Somos um casal que curte explorar a tipicidade dos locais por onde passamos. Vinho e gastronomia são elementos sempre presentes em nossos roteiros. Isso contribui no nosso “rótulo”, mas não é um limitador
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