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quinta-feira, 28 de abril de 2011

Panzano in Chianti - Toscana

Panzano in Chianti é uma comuna de Greve in Chianti, situada numa colina sobre a cênica Via Chiantigiana (SS 222), exatamente 
 entre Firenze (34 km) e Siena. Talvez Panzano fosse registrada em nossas histórias de viajantes “apenas” por ser mais uma daquelas comunas que caprichosamente se harmonizam nas colinas do Chianti. Contudo, Panzano passou a ter uma singularidade para nós

Em junho/2009 quando fazíamos nosso primeiro grande giro pela Toscana decidimos que nas férias seguintes ficaríamos em alguma casinha de uma das comunas. Planejamos e determinados seguimos com nosso plano, a começar, claro, por uma pesquisa.  




Encontramos então uma pequena propriedade produtora de azeites e vinhos em Panzano (Podere Felceto – um achado!). Simplesmente compramos a idéia e o lugar pela primeira foto que vimos. Era um quarto disfarçado de casinha ao melhor estilo toscano: rústico no visual mas com sutilezas e encantos por todas as partes, colocadas pelas mãos da Jussara (proprietária) e pelas mãos da natureza.

Podere Felceto, com duas casas e um chalé de pedras, fica no alto da propriedade rural. A sede foi erguida no século 15. É cercada por um grande olival, um vinhedo e um belíssimo bosque cortado por uma estrada de origem romana. Do alto da colina é possível avistar o Rio Pesa e a paisagem do Chianti.




Recepção cheia de mimos...




Café da manhã preparado com carinho por Jussara.


Essa flor só floresce 01 vez ao ano, e suas flores duram um único dia.
Foi exatamente isso que presenciamos.

Igreja Santa Maria Assunta - legado do Império Romano

Panzano, originalmente um castelo medieval, ainda preserva algumas de suas antigas muralhas e torres. Ela é pequena e podemos observar seu charme pela simplicidade da sua gente, pelo traçado das poucas ruas, pela sua vida cotidiana. A igreja (Santa Maria Assunta - legado do Império Romano) é uma das atrações, foi completamente restaurada há um século. 




No lado oposto da cidade, existe uma "outra" Panzano, que recomendamos aos adeptos ao Slow Food e aos apaixonados pela gastronomia local: A L’Antica Macelleria Cecchini. Esse açougue (isso mesmo!) tornou-se um ícone da pacata Panzano e para toda Toscana. Dario Cecchini, o proprietário, é tido como um embaixador da cidade, pois com seu trabalho ele não só a promove, mas também perpetua a tradição culinária em torno da carne. 
Vale dizer que a família Cecchini está nessa atividade há 250 anos. Foram testemunhas do nascimento de inúmeros pratos típicos, como é o caso da Bistecca alla fiorentina. O modo de cortar, de preparar, de cozinhar a carne. Tudo tem seu ritual e ciência. (ver post especial sobre). 


Estrada para Podere Felceto

Panzano ainda reserva outros pequenos restaurantes e enotecas. Não com a expressão das casas do Dario, mas gostosos e sempre convidativos. 
Para nós, visitar o comércio local é sempre uma atração e foi exatamente no primeiro dia que todo aquele contexto nos inspirou fazer algo ao melhor estilo Panzano: um piquenique em nosso cottage (nome dado a esse tipo de habitação que locamos por esses inesquecíveis dias). 




Passamos em um sacolão e compramos algumas fatias de presunto toscano, tomates, pão toscano (aquele bem cascudo), azeite, pesto, mussarela de búfula, verduras e um Chianti Clássico.



Ao chegar ao cottage fomos para uma mesa ao ar livre e montamos a mesa que ganhou um ingrediente prá lá de especial: um pôr do sol daqueles bem dourados que fazem os verões serem sempre uma pausa para contemplação. Interessante nisso é sentir que diante daquele cenário impecável, bate uma certeza de que se a paz tem um endereço e um estilo de vida, arriscamos dizer que a resposta é: Toscana, la dolce Toscana. Com aquela paz de espírito degustamos lentamente nosso piquenique…e até hoje sentimos seu sabor que será renovado em muitos outros verões.




Dicas e informações

Como chegar a Panzano partindo de Firenze: alugue um carro, moto ou bicicleta (é comum na S222 – a via do Chianti – ciclistas. Embora não haja acostamentos, essa charmosíssima estrada regional tem tráfego pequeno e lento e permite fazer esse “pedal”, mas é preciso preparo para superar os aclives, afinal, a Toscana é um mar de colinas).
 

Também é possível chegar de ônibus SITA. A estação rodoviária fica a 100 metros à esquerda da estação ferroviária (SMN) em Firenze. A viagem dura uma hora. Há dois itinerários, via Grassina e através Ferrone. A estrada Grassina é a "Chiantigiana". No verão, a partir de meados de junho até o final de julho, há uma linha adicional entre Florença e Siena que para em Panzano as terças e quintas-feiras. Para o calendário, pergunte na estação SITA em Florença ou em estabelecimentos em Panzano que vendem os bilhetes.

Festival Vino al Vino: é um festival de vinhos realizado na terceira semana de setembro (15 a 18 setembro de 2011) na praça principal de Panzano (Piazza Bucciarelli). Vinhos de muitas adegas de Panzano ficam disponíveis para serem provados. O ingresso é um copo de prova (12 euros) para experimentar os vinhos em exposição nos estandes das 19 vinícolas. Há música e ambiente festivo. Barracas de comida também estão presentes. Música ao vivo no sábado e no domingo à tarde.

Aqui estão os mais importantes festivais e feiras que ocorrem dentro e em torno de Panzano.

Se tiver oportunidade, fique em um hotel ou quarto em propriedades rurais preparadas para o agriturismo. Uma ótima opção é Podere Felceto. Diária do cottage, para o casal 120 euros


domingo, 24 de abril de 2011

Firenze Card. Seu passaporte para museus

Foi lançado dia 25 de março de 2011, um cartão de museu integrado, o Firenze Card. O cartão custa de 50 € e é válido por 72 horas e lhe dá acesso a 33 dos mais importantes museus de Firenze. Você tem acesso não apenas às exposições permanentes, mas também à mostras temporárias e todas as outras atividades realizadas nesse museu sem custos adicionais.

O Firenze Card é válido por três dias consecutivos a partir do seu primeiro uso, onde ele é ativado. O cartão é pessoal e intransferível, e tem que ser mostrado com uma prova de identidade quando solicitado pelo funcionário do museu. Lembre-se de escrever o seu nome e sobrenome no verso do seu cartão antes de utilizá-lo.

Além da entrada gratuita, o cartão permite evitar longas filas nas bilheterias dos principais museus. Basta olhar para os sinais "Firenze Card" em seus museus escolhidos e mostrar o seu cartão para o funcionário, que irá registrar sua entrada. O cartão pode ser utilizado apenas uma vez em cada museu. 

Consulte o "News" da página para verificar horários atualizados e descobrir os benefícios de acesso e todas as outras informações sobre os museus.


Principais vantagens do seu Firenze Card:
  • Acesso aos principais museus, casas e jardins históricos em Florença/Firenze.
  • Acesso a museus é concedido ao mostrar o cartão na entrada, sem exigências de reserva.
  • Transportes públicos: ônibus ATAF & Linea e bondes.
  • Com você pode acessar a museus e meios de transporte também cidadãos da União Europeia com idade inferior a 18 anos.
  • Atualizado kit informações sobre como participar museus
Museus na Itália são administrados por entidades diferentes, por isso o desafio na criação deste cartão foi para conseguir que todos eles concordassem em participar.


Para saber exatamente quais os museus estão incluídos no cartão, você pode conferir o mapa oficial da lista dos Museu do Firenze Card.

Pesquise os eventos que estaram acontecendo em Firenze na data de sua viagem.

O Firenze Card pode ser comprado on line, ou nos postos autorizados



Bom, para saber se vale à pena o Firenze Card, é bom você pensar quantos museus pretende visitar em 03 dias e somar os valores. Lembre-se que Firenze já possui um cartão para as atividades culturais. O Amici degli Uffizi. Esse cartão vale para residentes e visitantes de Florença, oferece aos seus membros um ano de duração no valor de 60 € por pessoa, 100 euros para as famílias (2-4 membros incluídos no preço um) e 40 euros para estudantes. Associações podem ser comprados on-line ou no da Amici degli Uffizi Welcome Desk localizado entre a entrada da porta n º s 1 e 2, na Galeria Uffizi. Além de mais de 20 museus, está incluso transporte público e descontos em concertos, teatros e espetáculos. Faça sua escolhe e aproveite Firenze.







segunda-feira, 11 de abril de 2011

Veneza. O paraíso flutuante

Havia dormido mal na noite anterior pensando como seria esse encontro, afinal, era um sonho de menina conhecer Veneza. Sonho daqueles que nós, meninas românticas, criamos na época que também acreditamos em príncipes e contos de fada. 




No mural de fotos do meu quarto havia uma página que recortei de uma revista com uma imagem linda escrito: “Veneza desaparece 1cm por ano. Isso significa 1cm a menos de Veneza a cada 365 dias. Porque a vida é agora – Visa.” Aquela página foi o passaporte para inúmeras viagens, inúmeras Venezas. Imaginava como seria um lugar onde os carros dão lugar aos barcos e gôndolas, charmosos gondoleiros cantando para casais apaixonados...
E como eu havia adiado essa tão desejada viagem. Sempre deixava para “o ano que vem”, com medo de Veneza não ser a “minha” Veneza.



Partimos de Padova cedo em direção “a cidade-sonho”, ao sair do trem já estávamos em frente ao Grande Canal.De lá pegamos um vaporetto com o bilhete para desembarque no Rialto (6,50€  - 12 horas). 

Com os olhos marejados de lágrimas e o coração acelerado, fui navegando para meu destino. Nesse trajeto, com o vaporetto avançando pelo Grande Canal, fui dominada pelo mais profundo encantamento que se pode ter de um lugar: palácios imponentes, torres, cúpulas de igrejas, gôndolas e mais gôndolas. Até desembarcarmos perto da Ponte do Rialto. Já estávamos em terra firme, mas minhas pernas ainda não haviam entendido isso, pois estavam trêmulas de emoção.





Desembarcando no Rialto
Ponte do Rialto


As gôndolas são o charme de Veneza, estão por todos os lados. Algumas decoradas com almofadas em forma de corações, ideais para os casais apaixonados. Infelizmente não fiz o passeio. Não que eu não quisesse, afinal passear pelos canais e contemplar a linda vista do entardecer com o seu amor ao lado é algo para não esquecer mais... Mas, apesar de lindo, o passeio não é nada acessível. São mais ou menos 100 euros por 45 minutos, por pessoa. Ficou para próxima vez...



Fomos nos perder por Veneza, a cidade flutuante no Mar Adriático. Descobrir suas ruazinhas, atravessar as pontes, desvendar suas belezas.
Em um passeio a pé pelas ruas estreitas, não é possível deixar passar um único minuto sem esbarrar em uma nova atração.

 



Mapa dos pontos turísticos do centro da cidade.

Veneza não segue a lógica de uma cidade normal, afinal ela não tem nada de comum. As ruas seguem o rumo dos canais e mesmo caminhando com um mapa é possível se perder. As ruelas cheias de curvas nos fazem perder o senso de direcionamento. São mais de 100 ilhotas com uma centena de pontes! Por isso, são inúmeras as placas de orientação. O Grande Canal, como o nome já diz, é o principal dos canais e divide a cidade ao meio.


E foi saindo de uma dessas ruelas que chegamos a Piazza San Marco, a praça central de Veneza, onde além da Basilica de San Marco, Palazzo Ducale (Palácio dos Doges), abriga também os históricos cafés, o Museo Correr e o Campanile.










Na praça tem o famoso CAFFÉ FLORIAN, o mais antigo café da Europa. No local, uma miniorquestra toca ao fim da tarde. Sente-se no lado de fora, peça um café expresso ou “Cioccolata calda con panna” e fique observando os pombos e a basílica ao fundo. O Florian é um perfeito camarote para contemplar um dos mais bonitos ângulos de Veneza. 




A Basilica é belíssima, (ticket 4). Sua construção do século 11 é fabulosa. Lá está guardado os restos mortais de São Marcos. Veja  a vista virtual do terraço superior. Imperdível! 










Uma das vistas mais encantadoras de Veneza, sem dúvida é no topo (98,5m) do Campanile (8). Quando foi construído, por volta de 912, tinha três diferentes motivos: ser a torre do sino da basílica, posto de vigia do porto e farol para os navios. É a estrutura mais alta da cidade.
 




Vista do Campanile para a Basilica San Marco
Palazzo Ducale




Saindo da praça em direção da Riva degli Schiavoni , que liga o Palazzo Ducale  às Prigioni Nove , o primeiro edifício no mundo construído para ser uma prisão, está a ponte mais famosa de Veneza, Ponte dos Suspiros, que de romântica não tem nada na verdade, pois na janelas gradeadas da ponte, os prisioneiros viam da cidade pela última vez, e certamente suspiravam, antes de serem jogados na úmida e fria prisão.

Quando fomos a Veneza a Ponte dos Suspiros
estava sendo restaurada

Veneza, em seus inúmeros detalhes, nos mostra histórias que alimentam nossas fantasias (ainda que nos dias de hoje não acreditemos nos príncipes e seus castelos). Mas no mundo globalizado enganam-se quem ousar pensar que a secular Veneza não tem espaços para grandes grifes. Lá as grifes ganharam contornos especiais assim como os das tradicionais máscaras – que, diga-se de passagem, ainda são encantadoras e eternas lembranças.






A globalização faz isso. 
Hard Rock Café em Veneza...
















A grandeza da cidade foi conquistada por meio da navegação e do comércio. Ela foi, por séculos, a porta do Oriente. Tornou-se um afresco de seu tempo. É impossível, nesta cidade, encontrar um ângulo ruim. Ficaremos com a imagem da cidade gravada em nossas almas pelo resto de nossos dias. Veneza, enfim, é indicada aos poetas, aos sonhadores e àqueles a quem sobrou algum sentimento mais duradouro do que uma camiseta do Hard Rock Cafe.
 

Dicas e informações

Se você já está na Itália, a melhor maneira de chegar a Veneza é de trem. Há duas estações, Santa Lucia, na parte histórica da cidade, e Mestre, no continente. Pare na primeira.


Você pode comprar os bilhetes ACTV nos guichês nas docas ou bilheteiras. Você também pode comprar bilhetes de um dos muitos vendedores autorizados (tabacarias, lojas de jornal e alguns cafés): não se esqueça de validar seu bilhete na máquina amarela antes de entrar no vaporetto. Os ingressos não são vendidos a bordo dos barcos. Se você está a bordo sem bilhete, informar a tripulação ACTV imediatamente para evitar o pagamento de uma multa.


Se você embarca em uma parada que não tem uma bilheteira, a abordagem do condutor imediatamente após o embarque e pedir um biglietto. Caso contrário, poderá ser multado pesadamente por viajar sem bilhete.


As gôndolas são incrivelmente uniformes. Todas pesam 700 kg, têm 280 componentes e utilizam oito tipos de madeira. Todas têm um remo, feito de faia, e uma forcola, um engate adaptado a cada gondoleiro para permitir que o remo seja manejado em oito manobras distintas. As gôndolas não são simétricas, elas são bem tortas para o lado, e o gondoleiro rema apenas de um lado. A gôndola mantém o equilíbrio por causa do peso do gondoleiro.


Passeio de gôndolas – A viagem de 40 minutos custa €80 e pode levar até seis pessoas. O passeio pode ser “esticado”; nesse caso, a cada 20 minutos extras, acrescenta-se €40. A partir das 19h, o preço do passeio sobe para €100. São seis diferentes itinerários, mas é possível alterá-los. Atenção: esses preços são por passeio e não por pessoa. Passeios com músicas também custam mais. Na prática, os gondoleiros são abertos a negociação. Sempre combine o preço e a duração do passeio antes de embarcar. Para evitar ser explorado, consulte um escritório de turismo e informe-se sobre preços.


É proibido entrar na Basilica com bolsas e mochilas. As mulheres não podem entrar usando roupas curtas e ombros descobertos. Shorts são permitidos para os homens. Ao lado da basílica existe um depósito onde é possível deixar os pertences, esse serviço é gratuito.


Para reserva de bilhetes antecipados para os pontos turísticos


Para mais pesquisas e mapa interativo da cidade.



"Quando eu cheguei a Veneza, descobri que meu sonho havia se tornado _inacreditavelmente, mas simplesmente_ meu endereço."
Marcel Proust